Tênis e mente são aliados indissociáveis quando o objetivo é transformar talento em resultado consistente. Segundo o empresário Teciomar Abila, os pontos decisivos são raramente vencidos apenas com potência; eles pertencem a quem domina a atenção, administra emoções e sustenta decisões sob pressão. Em quadra, foco e estabilidade emocional convertem preparo em execução precisa, reduzem erros não forçados e elevam a confiança.
Ao alinhar técnica, estratégia e autorregulação, o jogador torna previsível aquilo que, do lado de fora, parece imprevisível. O desafio, portanto, é desenhar rotinas que cultivem clareza mental do aquecimento ao match point, sem depender de lampejos ocasionais. É esse padrão que separa vitórias sustentáveis de bons momentos isolados. Leia mais abaixo:
O tênis e a mente: Concentração como vantagem competitiva
Concentração não é ausência de pensamentos; é a capacidade de escolher o que permanece no foco. Em partidas longas, o cérebro tende a oscilar entre lembranças do erro anterior e projeções do ponto seguinte. Conforme explica Teciomar Abila, tais micro-hábitos criam um “modo de execução” que protege a tomada de decisão contra distrações e hostilidade do ambiente. Com isso, o jogador transforma cada ponto em tarefa única, sem carregar peso emocional do rally anterior.

Além das âncoras, a linguagem interna influencia o desempenho. Frases vagas como “preciso ganhar este game” alimentam ansiedade; comandos operacionais, por sua vez, orientam ação: “lançar alto o saque aberto”, “entrar com o corpo na bola”, “fechar ângulo na segunda batida”. Ao substituir julgamento por instrução, o atleta ocupa a mente com tarefas mensuráveis. Essa organização permite ajustar o plano sem perder lucidez, mesmo quando o placar aperta.
Resiliência mental sob pressão
Resiliência não é resistir a tudo; é recompor-se rápido o suficiente para continuar fazendo o que precisa ser feito. O primeiro passo é reconhecer que pressão é previsível: tie-breaks, break points contra, bolas curtas em momentos decisivos. Ao mapear esses gatilhos, o atleta antecipa respostas: respiração 4-2 antes do saque, rotina de toalha para desacelerar, um padrão tático seguro para recuperar ritmo. Como elucida Teciomar Abila, quando a mente já conhece a estrada, o corpo chega sem atropelos.
Outra alavanca de resiliência é o reframe produtivo: transformar eventos adversos em informação acionável. Um erro não forçado em bola alta pode sinalizar tempo de contato atrasado; uma devolução curta pode indicar posicionamento inicial recuado. Em vez de rotular-se como “mal” ou “bem”, o atleta pergunta “o que este lance me mostrou?”. Esse ajuste muda a narrativa interna, reduz a ruminação e restabelece autonomia. Ao final, resiliência não significa insensibilidade, e sim liderança sobre o próprio estado mental.
Rotinas, dados e aprendizado contínuo
A mente aprende por repetição inteligente. Aquecimentos com propósitos definidos criam pistas de qualidade para o cérebro. De acordo com Teciomar Abila, o treino de atenção deve alternar blocos de alta exigência (simulação de pressão, placares desfavoráveis) com janelas de recuperação ativa. Essa alternância fortalece a autorregulação e ensina a mente a voltar ao centro quando a adrenalina sobe. O objetivo é chegar ao jogo com uma “biblioteca” de respostas já ensaiadas, prontas para emergir no milissegundo certo.
Métricas simples transformam percepções em progresso. Registrar primeiro saque colocado, profundidade média por zona, taxa de erros não forçados após rally longo e eficácia do golpe de segurança dá ao atleta um diagnóstico objetivo. Com esse painel, o técnico ajusta o plano de treino e o jogador aprende a relacionar estado mental a indicadores de performance. Essa cultura de mensuração diminui a tentação de conclusões apressadas pós-derrota e sustenta evolução estável.
O jogo interno que decide o placar
Em suma, vencer no tênis exige unir precisão técnica, intenção tática e domínio emocional em um só gesto. A mente concentrada seleciona o essencial; a resiliência recompõe rapidamente o curso; as rotinas transformam pressão em procedimento. Para Teciomar Abila, consistência não nasce de lances milagrosos, e sim de um sistema que coloca cada ponto a serviço de um plano maior.
Autor : Dabarez Tayris

