O conhecedor Renato Bastos Rosa ressalta que quem acha que só os humanos escolhem seus pets está olhando a relação pela metade. Cães, gatos, pássaros e até animais de fazenda desenvolvem preferências, afinidades e lealdades que não são aleatórias. Existe uma troca invisível, silenciosa, mas muito clara. Basta observar com atenção para perceber quem escolheu quem.
Como os animais escolhem seus humanos?
Os animais têm um radar emocional afiado. Eles percebem a calma, o tom da voz, os gestos pequenos e até a forma como alguém lida com o silêncio. Um gato, por exemplo, pode se aproximar de quem parece indiferente, justamente porque não se sente invadido. Um cachorro, por outro lado, pode se apegar a quem o olha como igual: sem exagero, sem comando, só presença.
Esse processo de escolha nem sempre é imediato. Às vezes, é com o tempo que o animal vai revelando sua lealdade: começa te seguindo pela casa, depois encosta quando você está triste, até que um dia você percebe que ele não está ali por conveniência, está porque te escolheu. Renato Bastos Rosa explica que isso acontece até com quem nem quer ter bicho, mas acaba sendo escolhido por um.

Existe compatibilidade entre animal e humano?
Sim, e não tem nada a ver com signo, mas com estilo de vida e personalidade. Renato Bastos Rosa destaca que animais agitados geralmente se conectam com pessoas que têm uma energia parecida, enquanto os mais tranquilos buscam sossego, e acham isso no colo de alguém mais introspectivo. Não se trata de “ensinar” o bicho a se adaptar, mas de reconhecer que, quando há afinidade, a convivência flui com naturalidade.
A compatibilidade também aparece no respeito aos limites. Um humano que entende quando o animal quer espaço, ou que percebe o ritmo do outro, ganha confiança. Nenhum animal quer ser dono de ninguém, mas todos querem sentir que são parte da vida de alguém. Quando esse equilíbrio se estabelece, nasce algo que é mais que convivência: é parceria.
Dá pra notar quando o animal não escolheu aquela pessoa?
Sim, e não é raro ver isso por aí. É aquele cachorro que nunca relaxa perto do tutor, o gato que foge sempre que alguém entra na sala, o passarinho que canta pra todo mundo, menos pra quem cuida dele. Claro que carinho e cuidado ainda existem, mas falta aquele “clique” que só aparece quando a conexão é genuína, aquele algo a mais que dá pra notar quando não está presente.
E não tem nada a ver com maus-tratos. Às vezes é só falta de afinidade mesmo. Conforme Renato Bastos Rosa, isso pode mudar com tempo e paciência, mas também é importante entender que alguns laços não se forçam. Assim como nas relações humanas, nem toda convivência vira amizade profunda. E tá tudo bem. Às vezes, o papel de alguém é apenas o de cuidar com carinho, mesmo sem ser o escolhido.
Uma escolha que muda tudo
Ser escolhido por um animal é um privilégio silencioso. É como se você ganhasse um companheiro que te conhece por dentro. Alguém que vai esperar na porta, encostar no seu pé sem dizer nada, e perceber que você está mal antes de você mesmo perceber. Não importa se é um cão, um gato ou um coelho, o amor deles não vem com exigência, só com presença.
Em suma, como pontua o entusiasta Renato Bastos Rosa, essas escolhas transformam o jeito de viver. Criam rotinas com propósito, trazem alegria nos detalhes e mudam a percepção de tempo. Um animal que te escolhe te ensina a estar mais presente, mais leve, mais inteiro, te entende e se conecta com você de uma forma surreal. Não existe declaração de afeto mais sincera do que o olhar de um bicho que decidiu que você é o mundo dele.
Autor: Dabarez Tayris