O dólar passou a subir ligeiramente frente ao real nesta quarta-feira, mantendo-se dentro de sua faixa de negociação recente depois que dados de inflação de Brasil e Estados Unidos não alteraram significativamente as expectativas para a política monetária antes dos encontros da semana que vem do Banco Central e do Federal Reserve.
Às 10h30(de Brasília), o dólar à vista subia 0,18%, a 4,9839 reais na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,30%, a 4,9885 reais na venda.
Na véspera, dados mostraram que o índice de preços ao consumidor dos EUA subiu 0,4% no mês passado, depois de ter avançado 0,3% em janeiro. Nos 12 meses até fevereiro, os preços ao consumidor aumentaram 3,2%, de 3,1% em janeiro. Economistas consultados pela Reuters projetavam alta de 0,4% no mês e de 3,1% na base anual.
Segundo Diego Faust, operador de renda variável da Manchester Investimentos, apesar de alguns itens do núcleo da inflação norte-americana ainda estarem acima da meta de 2% do Fed, ainda assim houve desaceleração relevante nos últimos meses dos aumentos trimestrais e anuais de preços ao consumidor, de forma que não se altera a perspectiva de queda da inflação e início da redução dos juros do Fed em meados deste ano.
De fato, os dados da véspera não alteraram as apostas do mercado de que o banco central dos EUA manterá sua taxa básica de juros até um primeiro corte em junho. A próxima reunião de dois dias do Federal Reserve acontecerá na semana que vem.
No Brasil, o IPCA subiu 0,83%, acelerando a alta de 0,42% em janeiro e acima da expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 0,78% no mês, informou o IBGE na véspera. Mas, apesar da surpresa para cima em fevereiro, economistas destacaram que há forte efeito sazonal dos custos de educação por trás do resultado. Ao mesmo tempo, eles destacaram sinais de arrefecimento dos preços subjacentes de serviços, que excluem itens mais voláteis.
Desta forma, não mudaram as apostas de que o BC cortará os juros em 0,50 ponto percentual quando o Comitê de Política Monetária se reunir na semana que vem, a 10,75%, segundo probabilidades implícitas no mercado de juros futuros.
Além disso, por trás das oscilações moderadas do mercado de câmbio, “depois daquela alta do dólar vinculada à redução de risco nas carteiras por conta do evento da Petrobras, (tivemos) dois dias em que ele foi se acomodando aos poucos, com uma movimentação um pouquinho mais discreta agora”, disse Faust.
No final da semana passada, os mercados brasileiros sofreram um tombo depois que a Petrobras decidiu reter em uma reserva estatutária dividendos extraordinários.
Na véspera, a moeda norte-americana à vista fechou em queda de 0,08%, a 4,9750 reais na venda.