Guilherme Guitte Concato evidencia que a transição para uma economia verde tem ganhado destaque nas políticas públicas e no ambiente corporativo brasileiro. O avanço de iniciativas voltadas à sustentabilidade, energia limpa e redução de emissões exige também um sistema tributário coerente com essas metas. No entanto, o cenário atual ainda apresenta obstáculos significativos. A falta de uniformidade nas normas fiscais, a complexidade burocrática e a ausência de incentivos consistentes dificultam o crescimento de empresas comprometidas com práticas sustentáveis.
O contexto da economia verde e a tributação ambiental
Segundo especialistas em direito tributário, o Brasil tem potencial para se tornar referência global em economia verde, mas enfrenta limitações estruturais. Embora existam tributos voltados à proteção ambiental, como a cobrança sobre emissões e a tributação diferenciada de produtos poluentes, o modelo ainda é fragmentado. As políticas fiscais carecem de coordenação entre esferas federal, estadual e municipal, o que gera insegurança jurídica e reduz a atratividade para investimentos.
Ademais, o conceito de “tributação ambiental” ainda não é aplicado de forma uniforme. Muitos incentivos são temporários e dependem de interpretações locais, dificultando o planejamento de longo prazo. Guilherme Guitte Concato ressalta que a ausência de regras claras também impede que empresas inovadoras, especialmente as de pequeno e médio porte, consigam competir em igualdade com grandes corporações.
Incentivos fiscais e sustentabilidade empresarial
A criação de incentivos fiscais específicos é um dos caminhos para estimular práticas sustentáveis. De acordo com análises econômicas recentes, benefícios tributários podem fomentar a adoção de energias renováveis, a gestão eficiente de resíduos e o uso racional de recursos naturais. Contudo, esses incentivos precisam ser desenhados de forma criteriosa, para evitar distorções e garantir que o benefício alcance quem realmente investe em sustentabilidade.

Empresas que adotam tecnologias limpas e processos de baixo impacto ambiental contribuem não apenas para o meio ambiente, mas também para a competitividade nacional. Segundo Guilherme Guitte Concato, o desafio está em equilibrar a arrecadação fiscal com políticas de estímulo que gerem retorno social e econômico. O alinhamento entre sustentabilidade e tributação é, portanto, essencial para a consolidação de uma economia moderna e responsável.
A importância da reforma tributária na transição verde
Com a tramitação da reforma tributária, abre-se uma oportunidade de redefinir o papel dos tributos ambientais no Brasil. Especialistas apontam que a criação de um sistema mais simples e transparente pode facilitar a implementação de políticas verdes. A unificação de tributos sobre o consumo, por exemplo, permitiria a aplicação de alíquotas diferenciadas para produtos sustentáveis, estimulando o consumo consciente e a inovação ambiental.
Outro ponto relevante frisado por Guilherme Guitte Concato é a possibilidade de destinar parte da arrecadação para fundos de compensação ambiental e projetos de descarbonização. A tributação, quando bem estruturada, pode se tornar instrumento estratégico de transformação ecológica, e não apenas uma obrigação fiscal. Essa integração entre política tributária e sustentabilidade é tendência global e deve orientar o redesenho do sistema brasileiro.
Como alcançar um modelo tributário sustentável
O fortalecimento da economia verde no país depende de previsibilidade e estabilidade regulatória. A criação de critérios técnicos para concessão de benefícios fiscais e a digitalização dos processos de controle podem garantir maior transparência. A cooperação entre setor público e privado também é fundamental para desenvolver métricas confiáveis de impacto ambiental e retorno econômico.
Guilherme Guitte Concato sugere, portanto, que a tributação ambiental deve evoluir de forma integrada às metas climáticas e de desenvolvimento sustentável. Um sistema tributário que premie eficiência energética e inovação verde estimulará a competitividade e a responsabilidade social das empresas. O futuro da economia brasileira passa pela construção de um modelo fiscal que reconheça o valor econômico da sustentabilidade e transforme boas práticas em vantagem competitiva real.
Autor: Dabarez Tayris